Alguém pode me mostrar
onde é o lugar
não tão muito obstante
claro e discordante
onde possa encontrar
essa tal felicidade?
Procurei por toda parte
Fiz tremer até o chão
Tornei caos o suportável
Embriaguei, dissimulei
Fui tão eu, muitas vezes outra
Procurando essa tal felicidade cordial.
Encontrei... Errei... Desanimei...
Sofri por tudo, por nada
Fiz guerrilha, fui vítima
Desse sentimento entorpecedor
Que só corroeu minha alma
Deixando cicatrizes amargas.
Ai cansei! Chorei...
Parei de procurar
Infinita dor
Belo sentir que mil vezes sorriu
Mil vezes iludiu
Como criança sedenta partiu.
Ai interiorizei...
Deixei de procurar e ouvi
E ela gritava e eu não percebi
Parei de ser escrava
Tornei-me patrão
Desse sentimento de inquietação.
E por fim descobri
Que a felicidade não estava lá
Nunca esteve lá!
Ela tão doce a sussurrar
Estava sempre dentro de mim
Neste finito caminho de amor sem fim.
A procurei tanto em vários lugares
Como colcha de retalhos a encontrava
E agora vejo piedosa
Que muito tempo perdi com demora
Pensando ter encontrado
Sabendo que as vezes ia embora.
Mas hoje eu posso gritar
Sem ilusão momentânea
Posso vibrar
Ela estava sempre em mim
E eu não podia enxergar.
A felicidade sou eu!
Minha família, minhas filhas.
Meu querer verdadeiro
Meu bem querer certeiro
Meu Deus e minha fé
Que me fortalecem por inteiro.
Janete Cléia de Medeiros
19. 04. 2015
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