Euclides
da Cunha, em seu livro: LITORAL E SERTÕES, estabelece um contexto histórico,
geográfico, social e político, que exercem e exerceram uma influência
significativa para a construção do próprio nordeste.
Sua obra foi publicada em 1902 e seu
texto, entre tantos fatores, narra a história do povo sertanejo, e explica
parte a parte a geografia nordestina, desde seu solo precário e seco à seca da
água e estiagem das chuvas, muito embora, em contrapartida, o mesmo demonstra
em vários aspectos a diferenciação vegetal e climática dessa terra considerada
única e referenciada como Semiárida.
Ele abordou a questão dos polígonos da
seca e o que geraram ou geram até hoje essa temática, uma vez que esse
problema, mesmo em tempos atuais, causam danos sociais, já que é constatado que
o problema seca não é somente climático, certo que se houvesse um
replanejamento político quanto à questão, o povo nordestino, quanto do
Semiárido local, não passaria por essa desestruturação natural.
O autor admitiu que não se pode ter uma
certa uniformidade para o Semiárido nordestino, uma vez que condições
meteorológicas, geológicas e morfológicas provocam modificações nas suas
diversas áreas, havendo trechos em que o clima pode ser considerado como
semiúmidos e trechos como podem ser considerados como semiáridos e até áridos.
Abordou também a questão da ação do homem
no solo sertanejo, primeiramente como lavoura e cultivo familiar, depois
industrial e consequentemente, a degradação ambiental local. Percebe-se que
este atenuante é concretizado até hoje em nosso meio, até porque aqui no
Semiárido, uma das grandes preocupações é o número de indústrias de cerâmicas
de telhas e tijolos que afetam nosso solo e aumentam a problemática da
desertificação e seus núcleos no território potiguar, na qual enriquecem os
grandes centros e empobrecem a vegetação e o solo.
Por fim, o autor abordou a questão do
crescimento urbano rápido e desordenado. Centrado na realidade atual ainda hoje
esse crescimento desordenado desestrutura as famílias potiguares, aumentando os
índices de pobreza e o uso demasiado dos poucos recursos naturais como a
própria água.
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