CONSEQUÊNCIAS
AMBIENTAIS OCASIONADAS PELAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICAS NA CIDADE DE
ACARI - RN
ACADÊMICA:
JANETE CLÉIA DE MEDEIROS
ORIENTADORA
A DISTÂNCIA: MARIA LIMA
CURRAIS NOVOS
2011
CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS OCASIONADAS PELAS INDÚSTRIAS DE
CERÂMICAS NA CIDADE DE
ACARI – RN
JANETE CLÉIA DE MEDEIROS
PROJETO
DE
PESQUISA
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO.......................................................................................................
2. JUSTIFICATIVA....................................................................................................
3.
OBJETIVOS...........................................................................................................
4. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA.............................................................................
5.
METODOLOGIA....................................................................................................
6.
CRONOGRAMA....................................................................................................
7.
REFERÊNCIAS.....................................................................................................
CONSEQUÊNCIAS
AMBIENTAIS OCASIONADAS PELAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICAS NA CIDADE DE ACARI – RN.
A
indústria de cerâmica estrutural ou vermelha –
como é comumente conhecida, não se constitui numa nova economia para o Rio
Grande do Norte, pois já algum tempo, essa atividade econômica se desenvolvia
no Estado, sendo que em menor proporção sócio espacial. O que de fato é novo é
o seu espraiamento e a sua produtividade atual que têm se dado em diversas
áreas territoriais do espaço norte-rio-grandense, com uma nova dimensão, de
caráter mecanizado, e que traz novas possibilidades de reprodução social para
alguns segmentos populacionais desse Estado. Como decorrências de sua dinâmica
atual, aumentaram-se os números de empresas, de produção, de comercialização e
de geração de empregos, e também os problemas de ordem socioambientais
(degradações da rala cobertura vegetal e da condição humana, por exemplo), contribuindo,
assim, para o surgimento de uma problemática que passou a ser questionada e analisada
por este trabalho.
A
indústria de cerâmica vermelha tem apresentado no curso dos últimos anos, um
dinamismo a mais para a economia do estado. O meio ambiente vem sendo destruído
e no território acariense em particular, os problemas resultantes desta
destruição tornaram-se perceptíveis por toda à parte: desmatamento, degradação
dos solos, aumento geral da temperatura, desertificação e principalmente a
dilapidação do homem em seu cotidiano.
Tratando
sobre problemas ambientais, Rodrigues (1998, p. 13), assim se expressou: “a
questão ambiental deve ser compreendida como um produto da intervenção da sociedade
sobre a natureza. Diz respeito não apenas a problemas relacionados à natureza,
mas às problemáticas decorrentes da ação social”. Afinal, para essa autora,
hoje vivenciamos um momento em que a ação predatória de apropriação do meio
ambiente tem se estendido por todo planeta, como decorrência de uma produção
destrutiva que se conforma num uso exagerado dos recursos naturais que não apresentam
as mínimas condições de reposição.
Por
isso a preocupação ambiental de se estudar esse fenômeno aqui, no território
acariense, deste estado potiguar.
1. INTRODUÇÃO
O
Setor Cerâmico é um grande consumidor de matérias-primas minerais. Seus diferentes
segmentos consomem uma diversidade de substâncias minerais in natura ou beneficiadas,
cuja variedade empregada depende dos tipos de produtos e da localização da
unidade fabril. Neste setor verifica-se a convivência de diferentes tipos de
estabelecimentos, com características distintas quanto aos níveis de produção, consumo
de energia, qualidade dos produtos, índices de produtividade e grau de mecanização.
As
regiões onde existe maior densidade demográfica, maior atividade industrial e
agropecuária, melhor infraestrutura, melhor distribuição de renda são as
regiões Sudeste e Sul. Daí a razão da grande concentração de indústrias de
todos os segmentos cerâmicos nessas regiões, associado ainda às facilidades de
matérias-primas, energia, centros de pesquisa, universidades e escolas
técnicas. Convém salientar que, as outras regiões do país têm apresentado certo
grau de desenvolvimento, principalmente no Nordeste, onde muitas fábricas de
diversos setores industriais estão se instalando e onde o Setor de Turismo tem
crescido de maneira acentuada, levando a construção de inúmeros hotéis. Com
isto, tem-se elevado a demanda de materiais cerâmicos, principalmente dos
segmentos ligados à construção civil, o que tem levado a implantação de novas
fábricas cerâmicas nessa região.
A
indústria de cerâmica do Nordeste caracteriza-se como uma indústria “nativa” da
Região, com estrutura de gestão marcadamente familiar, onde a presença das
micro e pequenas olarias são predominantes. Com grande potencial de expansão, o
Setor Cerâmico de Acari, tem na eficiência energética e na evolução tecnológica
fatores essenciais e estratégicos nos seus esforços de desenvolvimento e
conquista de novos mercados. Porém vale salientar, que esta expansão, ao
contrário do que se pensa, traz consigo inúmeros efeitos negativos que ocasionam
a destruição ambiental local.
2.
JUSTIFICATIVA
Nessa
nova fase de expansão econômica gerada no estado, pode-se notar que além do
aumento no número de empresas, o melhoramento das técnicas e das ferramentas
para produção e a ampliação do número de empregos gerados por essa atividade,
aumentou significantemente. Por isso se intensificam os problemas ambientais
decorrentes dos processos inerentes à produção, tais como a retirada da
vegetação e os problemas relacionados ao desgaste do solo. Neste trabalho,
iremos enfocar discussões acerca desses problemas decorrentes na ordem social e
ambiental gerados pela atividade ceramista e que se intensificam a cada ano no
município de Acari, enfocando os problemas gerados pelas cerâmicas acarienses.
Atualmente, o Rio Grande do Norte
possui 206 cerâmicas conhecidas, distribuídas em 39 municípios e concentradas
em três polos regionais: Seridó, Apodi/Assú e na Grande Natal, produzindo
tijolos, telhas e lajotas. A maior parte dessas está funcionando com toda
capacidade. O que determina a localização das empresas nessas regiões é a
disponibilidade da matéria- prima, ou seja, à proximidade em que se encontram
as minas de argila das empresas.
Assim, optou-se por comentar sobre a
região do Seridó, especificamente, a cidade de Acari – RN, por ocasião de esta concentrar
algumas das indústrias ceramistas da terra.
De acordo com Silva, Reis e Silva
(2005), estas empresas estão localizadas principalmente na região do Seridó que
concentra quase 50% do total, sendo também reconhecido como a área de maior
índice de desertificação do território potiguar, devido à intensiva produção
ceramista com retirada de solos e madeiras da região, o que vem causando sérios
problemas à natureza.
Nas palavras de Rodrigues (1998, p.
14)
Os problemas ecológicos parecem, à primeira
vista, referir-se apenas às relações homem/natureza e não às relações dos homens
entre si. É preciso, assim, ter cuidado para não ocultar a existência e as contradições
de classes sociais para compreender a problemática ambiental em sua
complexidade, pois os problemas ambientais dizem respeito a formas como o homem
em sociedade se apropria da natureza.
Os
problemas ambientais ocasionados pelas indústrias de cerâmicas vermelhas do
município vêm danificando e prejudicando intensamente o meio ambiente local,
que adaptado à vegetação nativa, começa a mudar-se em meio a degradação ambiental
produzido pela desertificação, desmatamento, e poluição do ar, entre outros
fenômenos que ainda são desconhecidos.
Segundo
Medeiros (2005, p.53), podemos definir impacto ambiental “como qualquer
alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, no
qual também são incluídas as relações socioeconômicas”. Desta forma, vendo o
município em questão, preocupado com o bem-estar da população e mesmo assim,
não podendo fazer nada em prol de suas melhorias, visto que por um lado a
degradação ambiental é uma preocupação e por outro, as indústrias geram renda e
economia à população local, fica evidente a necessidade de se pesquisar a
temática, investigando-a para posteriormente, com análises diagnósticas
científicas, possa-se com cautela, quem sabe, amenizar um pouco essa
problemática em questão.
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivos
gerais
Conscientizar a população sobre os
aspectos socioambientais decorrentes das indústrias de cerâmicas locais,
provenientes da desertificação, desmatamento e poluição do ar.
3.2 Objetivos
específicos
§ Despertar
a consciência critica local sobre as graves questões ambientais;
§ Identificar
os impactos socioambientais da vegetação estudada;
§ Especificar
cada impacto ambiental local e tentar detalhá-lo e minimizá-lo
§ Explanar
uma visão local dos problemas ambientais relacionados à falta de controle
ambiental;
§ Mobilizar
a comunidade à mudança de atitudes relacionadas à temática.
4. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
Procuramos
entender a problemática socioambiental que vem se descortinando no semiárido
norte-rio-grandense, especificamente, na cidade de Acari, como uma decorrência
do processo de produção pela indústria de cerâmica vermelha. Inicialmente,
colocamos que estamos, pois, diante de um processo produtivo que não difere dos
demais processos inerentes à produção capitalista. A produção de cerâmicas vermelhas
tem posto em evidência uma territorialidade bastante perversa. Aí a
territorialidade de cada indivíduo trabalhador e da sociedade como um todo se
fragmenta em função da expropriação do território e de cada um dos indivíduos
locais em suas condições tradicionais de vida; as condições de trabalho são insalubres
e desumanas e a destruição dos pequenos recursos naturais existentes tem
conduzido às sociedades locais a conviver com precárias condições ambientais,
colocando em risco o presente e o futuro da sua sobrevivência.
Nesse sentido, Felipe
(1984, p. 9), afirma que:
A existência de uma
região com problemas ambientais como a semiaridez, não é apenas produto das
determinações do meio físico, clima, relevo, geologia, vegetação etc., mas,
também da ação do homem, através dos seus diversos modos de produção.
Pode-se afirmar que as
relações natureza-sociedade implementadas no processo de produção de cerâmicas
vermelhas vêm agudizando os já existentes problemas socioambientais do
território carnaubense, colocando-se em destaque os de ordem física e social: a
ampliação do desmatamento e a proliferação das odiosas condições de trabalho. No
entanto, convém ressaltar que, antes da expansão da atividade ceramista, no semiárido
Potiguar, desenvolvia-se um processo produtivo vinculado ao setor primário,
tendo como atividades de maior proeminência a criação bovina, o cultivo do
algodão, a agricultura de subsistência. Essas atividades econômicas
constituíram-se, portanto, em atividades que degradavam, porém de maneira
reduzida, o meio ambiente, talvez de maneira não tão avassaladora como as que
vêm degradando atualmente.
A
indústria ceramista mostra um cenário de graves problemas ambientais, que vem
expandindo suas atividades em grande escala. Antigamente era atividade de cunho
familiar, localizada principalmente em áreas rurais. Atualmente, essas áreas
rurais vêm sendo utilizadas como jazidas minerais e de argila, principalmente
em áreas de vazantes, geralmente próximas a rios, onde são retiradas além da
argila, lenha para queima da cerâmica.
A
transformação que essa indústria vem causando no meio ambiente em busca de
crescimento econômico mostra os danos causados à natureza e para a sociedade em
geral. Estas são decorrentes do desmatamento indiscriminado das áreas
florestais, a degradação irreversível dos solos com o solo exposto aos agentes
erosivos.
As
discussões sobre as questões ambientais vêm tomando grandes dimensões e,
proporcionalmente, assumindo-se como desafios frente os impactos negativos
gerados pelas atividades humanas no meio socioambiental, uma vez que se sabe
que a ação humana modifica e/ou interfere respectivamente no meio ambiente
natural.
De
acordo com a ocorrência de um aumento de temperatura próximo às indústrias,
resultado da elevada temperatura dos fornos e a poluição oriunda da fumaça
liberada das turbinas e poeira expelida pelo barro, provoca vários danos
ambientais. Daí um dos possíveis problemas de saúde, referindo-se a questões
respiratórias, que afetam gradativamente a população, principalmente, as que
convivem próximas a essas indústrias. Segundo Dias, (2004. p. 250):
A maior parte da
contribuição do ser humano para o aumento os gases atmosfera ocorre por meio
dos processos do metabolismo industrial, mas as alterações na superfície da
terra têm contribuído, de forma significativa, para tanto (vários gases
causados por esse processo: gás carbônico, desflorestamento e queima de
combustível fóssil; metano, das culturas de arroz e da agropecuária; oxido,
queima de biomassa, utilização de fertilizantes, etc.).
Baseado
no processo de produção das cerâmicas em análise já exposto, pode-se averiguar
que o processo produtivo utilizado pelas cerâmicas do município de Acari, não
desenvolve medidas sustentáveis na produção. Pois, a escolha da argila é feita
de maneira errada, em que os proprietários extraem-na de qualquer local, basta
apenas o dono da terra está disposto a vender, sem que haja um estudo ambiental
adequado para essa remoção. Os fornos são alimentados por lenha vinda da
região, aumentando o processo de desmatamento e erosão do solo com a retirada
dos materiais de forma indiscriminada. Sem falar nos gases poluentes expelidos
pelos fornos na atmosfera. Contudo, a indústria ceramista vem desencadear
vários problemas ambientais já elencados no trabalho, o que a partir desses
problemas terce-a as considerações como possíveis soluções a serem feitas a
seguir.
Sob
esse olhar e tantos paradigmas que compreendem a temática abordada, a pesquisa
investigativa auxiliará na descoberta e pontuações fidedignas de quais
critérios não ambientais estão totalmente atrapalhando o habitat natural do
ecossistema local, prejudicando e ocasionando transtornos naturais.
5. METODOLOGIA
Trabalhar-se-á uma metodologia envolta com
pesquisa de campo às cerâmicas locais, identificando os problemas que a
devastação provocada ao meio ambiente local, através de relatos, fotos,
filmagens, questionários, entre outros.
Fazer um estudo
aprofundado da temática e apoiar-se em teóricos ambientalistas, preocupados com
o meio ambiente e suas modificações geográficas.
Organizar palestras para conscientização
da comunidade urbana e rural, a fim de minimizar os problemas ambientais e
esclarecer possíveis danos ambientalistas decorrentes das indústrias
ceramistas.
Descrever em forma diagnóstica, fatos,
ocorrências, fatores naturais e humanos que favorecem e/ou prejudicam a
proliferação orgânica da natureza, visando o bem-estar ambiental para
logicamente humano, uma vez que ambos necessitam-se um do outro para viverem em
perfeita harmonia.
6. CRONOGRAMA
ETAPAS
|
OUTUBRO
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NOVEMBRO
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Levantamento Bibliográfico
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x
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Fichamento dos Textos
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x
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Coleta de Fontes
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x
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Análise das Fontes
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x
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Organização e Aplicação de Questionários
|
x
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x
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Tabulação de dados
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x
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Organização do Roteiro
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x
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Redação do Trabalho
|
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x
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Revisão/Redação Final/Entrega
|
|
x
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7. REFERÊNCIAS
DIAS,
G. F.. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9 ed. São
Paulo: Gaia, 2004.
MEDEIROS,
J. F. de. Análise Fitossociologia do Manguezal e a Percepção Ambiental das
Comunidades Ribeirinhas no Estuário Apodi/Mossoró – RN. Mossoró, 2005.
RODRIGUES, A. M. Produção e consumo do e no espaço: problemática urbana. São Paulo:
Hucitec,1998.
SILVA,
V. P. da; REIS, L. M. M.; SILVA, A. C. C. da S.. (In) sustentabilidade ambiental em territórios de cerâmica vermelha:
uma análise de Carnaúba dos Dantas. Mercator,
Fortaleza, v. 4, n.7, p. 83-96, jan./jul. 2005.
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