As ASD (Áreas Susceptíveis à
Desertificação) no Rio Grande do Norte correspondem a 97,6% do território e
abrigam 95,6% da população. Este elevado índice de inclusão decorre da
inter-relação entre meio natural e o homem, ao longo dos séculos de ocupação e
exploração do espaço.
A história dessa ocupação do território que hoje compõem as
ASD potiguares remete a presença portuguesa nestas terras. Com o passar dos
séculos, atividades surgiram e que caracterizam também esta região, como:
apropriação do espaço interiorano para criação do gado, agricultura de
subsistência e do algodão, extração do sal e de outros vegetais e a mineração.
Neste contexto viu-se a utilização dos recursos naturais sendo
explorado cada vez mais e homem intervindo diretamente no solo por meios próprios
ou tecnológicos, especialmente na região do semiárido do estado, a qual já é
notável o descompasso dessas agressões ambientais, como por exemplo, o
desmatamento e a queimada para uso do solo na agricultura e a extração da lenha
para fins domésticos.
Segundo Vasconcelos Sobrinho (2002, p.64), no semiárido
nordestino é possível detectar a existência de áreas em desertificação ao se
sobrevoar em voo baixo de 50m a 150m sobre o solo e, em seguida investigar in loco, posto que elas “apresentam uma
fisionomia denunciadora”. Pois bem, esta área que abrange a vegetação
tipicamente da caatinga rasteira, com plantas xerófitas, representadas pelas
bromeliáceas, cactáceas, leguminosas, entre outras, adaptam-se as condições
climáticas, de solo e de vegetação. Lembrando, é lógico, que as ASD estão
circunscritas ao ecossistema da caatinga.
Conjunto das ASD no Rio
Grande do Norte compreendem 159 municípios dos 167 existentes, com um
contingente de 2.680.347 habitantes dos quais 73,91% residem no espaço urbano e
26,08% na zona rural. Entre as áreas mais susceptíveis de desertificação do
estado, estão as semiáridas, subúmidas secas e áreas do entorno. Destas, a área
mais agredida está o semiárido com 92,3 km2 de extensão, com
bastante atenção para s municípios de Currais Novos, Acari, Parelhas, Equador,
Carnaúba dos Dantas, Caicó, Jardim do Seridó e áreas de municípios vizinhos.
Vasconcelos Sobrinho (1982 apud 2000, p. 68) diz:
Que no Rio Grande do Norte quase toda região
fitogeográfica do Seridó vem sendo submetidas a intensos trabalhos de
prospecção e mineração, criando núcleos de desertificação.
O autor salienta que estas atividades, juntamente com as
condições climáticas de baixa pluviosidade, tornam o Seridó potiguar um dos
exemplos mais graves da presença de desertificação no nordeste. Outro agravante
é a produção de cerâmicas, cujo efeito nefasto extrapola a formação de crateras
para retirada da argila, grassando pela destruição da cobertura vegetal para
obtenção de lenha a ser usada nos fornos.
Constatando-se, que hoje também há um outro agravante que vem
a piorar este efeito nesta região que são as panificadoras que utilizam-se das
lenhas locais para gerar energia para suas funções industriais e domésticas.
As medidas mitigadoras que diminuam os efeitos da
desertificação nestas áreas susceptíveis, de acordo com Ministério do Meio
Ambiente (MMA); Instituto Nacional do Semiárido(INSA), Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente do RN (IDEMA); Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis(IBAMA), são uma educação ambiental
mais preocupada com as mudanças deste quadro degradativo, com medidas jurídicas
de proteção a meio ambiente, com propostas econômicas alternativas, com
controle zootécnico, turismo ecológico, conseguindo a longo ou curto prazo, uma
regressão alcançada através de medidas de ordem política, técnica e econômica,
com metodologias mais rigorosas de identificação do processo de ruptura do
equilíbrio ecológico em questão.
O SEMIÁRIDO. Artigo disponível
no site http://www.insa.gov.br/
PANORAMA DA DESERTIFICAÇÃO
NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Artigo disponível em http://ead.ifrn.edu.br/moodle
VASCONCELOS SOBRINHO, João
de. Desertificação no Nordeste do Brasil. Recife: UFPE, 2002.
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