Num mundo globalizado como o
que vivemos atualmente, onde a tecnologia é o mentor de grandes alegrias ou
trágicos problemas ambientais, como também sociais, vemo-nos cercados de
escolhas que mudam consideravelmente o rumo da nossa história.
A sociedade do capitalismo consumista cada vez mais, se espelha
em uma felicidade momentaneamente comprada, acreditando com isso, ter uma vida
digna por causa dos seus bens de consumo, achando que agindo assim estão usando
de sua cidadania e direitos cidadãos. Comportamentos egocentristas como esses,
levam a sociedade a banalidades e supérfluos que tanto prejudicam e escravizam
o ser humano ao fútil, quanto gera uma alienação social. Cidadania significa em
sua essência, o direito de viver decentemente. (DIMENSTEIN, 1994). Esse direito
essencial à vida distancia-se de uma grande parcela da nossa sociedade que, à
margem de seus direitos básicos, fica excluída da vida social e democrática no
país.
À medida que a sociedade do TER exerceu grande influência no
modo de vida humano, o homem, sem perceber, começou a perder e a prejudicar
consideravelmente o meio ao qual estava inserido. Daí, com as transformações e
enriquecedoras manifestações tecnológicas, o planeta começou a sofre os
prejuízos causados somente para a benfeitoria e egocentrismo deste ser capaz de
produzir e incapaz de reconstruir para o próprio bem do planeta, uma vez que a
parcela humana que é consciente deste ato ainda é minoria. Morin, no método
seis, sobre indivíduo, sociedade e espécie (2005), diz:
O sujeito
é compreendido então como um organismo complexo capaz de pensamento. E que pensa
a partir de uma tensão estabelecida entre o princípio de exclusão e o princípio
de inclusão. O princípio de exclusão é antagônico à alteridade e é o
responsável pela identidade singular de cada sujeito. Este princípio se
expressa como egocentrismo, o qual pode vir a se tornar egoísmo, favorecendo a
origem de muitos atos eticamente condenáveis. O princípio de inclusão rivaliza
com o de exclusão e é ele que faz o indivíduo sentir-se parte de uma coletividade.
Ele transforma o eu em nós e pode se expressar na forma de
altruísmo, favorecendo atos eticamente desejáveis.
Tornam-se evidentes, com isso, os desafios éticos sociais e
ecológicos vivenciados no atual estágio de um mundo globalizado, repleto de
contradições, cuja visão mercadológica e, consequentemente lucrativa, deixa à
margem a humanização, a cidadania, o bem-estar humano e ecológico, o respeito
às diferenças culturais, a reciprocidade e a complementaridade cultural. Certo
de que o altruísmo transforme a geração do TER em geração do SER, preocupada em
manter-se bem, considerando que o planeta também esteja bem.
Após ter lido e analisado os
textos subsidiados pela Plataforma, como também ter assistido ao filme: Respire
que mostra uma garotinha feliz, brincando em meio à natureza, observando o
mundo aquático, sorrindo e concluindo que tudo aquilo não passava de uma utopia
gravada para fins econômicos e lucrativos, utilizando de crianças ingênuas,
quem sabe até de exploração sexual infantil, visto que quando ela brincava, sua
calcinha ficava à mostra; percebo como nossa mente é equivocada e muitas vezes
agimos, sem perceber, com o pensamento egoísta e supérfluo.
É com grande pesar que afirmo diante do
exposto que ajo com muita teoria e pouca prática. Sou consciente dos meus
direitos e deveres como cidadã e desta forma tento agir com ética e justiça
sobre o que me é apresentado diariamente. Faço parte, infelizmente, da maioria
das pessoas que dizem faça o que eu digo,
mas não façam o que eu faço (ditado popular), que acham que estar bem é
vestir-se bem, poder comprar para seus filhos o que você nunca pode ter quando
criança, andar no parque e sair para comer um lanche “diferente” porque a
comida de casa já não está agradando...
Mas sou também muito
verdadeira ao expor que acredito fielmente que felicidade não vem só do que se
compra, mas de uma boa amizade, de ter uma família alicerçada, companheira e
carinhosa, de compartilhar momentos bons e agradáveis com o que amamos... Isto
e outras formas mais é ter felicidade e essa felicidade não se compra jamais,
são gratuitas!
As pessoas de modo geral (incluindo-me
também), têm que serem conscientes de seus atos e arbitrariedades mundanas que
de uma forma ou de outra, acaba prejudicando o meio. Essa tomada de decisão
começa pelo EU, para chegarmos ao NÓS. Morin (2005, pág.159):
A sócia ética é feita dessa
relação entre o indivíduo uno e o outro múltiplo. Ela precede, transcende a
auto ética, posto que o indivíduo já nasça em uma comunidade repleta de outros
sujeitos e inserida em uma cultura e em um contexto [...] Ela é conduzida pela
decisão individual e, portanto, mediada pela auto ética, e tem nada mais, nada
menos que a pretensão de se tornar um novo “modo ético de assumir o destino
humano”.
Juntos podem mudar o
rumo da nossa civilização, agindo com ética e (re) planejando um mundo melhor
para vivermos.
DIMENSTEIN, Gilberto. O cidadão de
papel: a infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. São Paulo:
Ática, 1994.
MORIN, Edgar; KEREN, Anne Brigitte. Terra-pátria.
3.
ed. Porto Alegre: Sulina. 2002.
MORIN, E. O Método 6: ética. Porto
Alegre: Sulina,2005. 222 p.
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