Seguindo a ideologia do índio cacique
Seattle, ao escrever uma carta endereçada ao presidente dos Estados Unidos, no
ano de 1855, Francis Pierce, decorrente de sua pretensão governamental em
comprar o território ocupado pelos índios de sua tribo, percebe-se o egoísmo
econômico capitalista já desenvolvido naquela época, demonstrando poder e
glória dos Estados Unidos com o domínio de apoderar-se de uma terra indígena
apenas como parte lucrativa de seus “negócios territoriais”.
Ao
ler a carta tão bem elaborada e cheia de emoção e amor a sua terra, o índio resume
em poucas linhas sua preocupação ambiental, referindo-se aos “brancos” como
inimigos da terra mãe e amiga ao relatar:
Os mortos do homem branco esquecem a terra de seu
nascimento, quando vão pervagar pelas estrelas. Nossos mortos jamais esquecem
esta terra maravilhosa, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da
terra, e ela é parte de nós. (SEATTLE, 1985)
O
texto indígena ainda refere-se à água, ao ar, plantas e animais. Elementos
indispensáveis à própria sobrevivência humana. E o interessante é que esta
carta foi escrita há exatos 157 anos.
A
partir desse ponto, vê-se quão sábio era aquele cacique, com sua visão
futurística, pensando em outrora, o que acontece desenfreadamente hoje, a mais
de cem anos. A posse por terras que causam desigualdades sociais irreparáveis,
principalmente aos países em desenvolvimento como é o caso do nosso Brasil,
onde quem mais tem é quem mais tece o poder político social, originando “mais”
para poucos e “menos” para muitos.
A
extração e utilização exorbitante dos recursos naturais e hídricos que
alavancam problemas ambientais como desmatamento, poluição do ar, do solo e das
águas, erosões, queimadas e consecutivamente a desertificação, em algumas áreas
do país, principalmente nesta região típica da caatinga, de clima de seco; mostra
o homem branco como problema causador de danos ao meio ambiente: “Seu apetite
vai exaurir a terra, deixando atrás de si só desertos”. (SEATTLE, 1985).
E
ainda conclui sua escrita, trazendo para si a indignação ao criador que fez
tudo pelo homem e pelo qual este mesmo o abandonou, quando tomou para si o
domínio de usar ilimitadamente os recursos naturais sem preocupar-se mais tarde
com os problemas ambientais.
“O
homem não tece a teia da vida: é antes um dos seus fios. O que quer que se faça
a uma teia faz a si próprio”. Nesta frase redigida por Seattle, praticamente
conclui sua linha de pensamento, mostrando ao “homem branco” que tudo o que ele
fizer contra a natureza, voltar-se-á contra o próprio homem.
E
isto já está presente em nossas vidas. O aquecimento global ocasiona
terremotos, maremotos, furacões, derretimento polares, entre outros. É um
demonstrativo que não é a natureza que está se voltando contra o homem, mas que
esta chegou num limite de poluição e degradação, que não consegue mais
harmoniosamente, desenvolver seus ciclos naturais.
Ou
o homem repensa sua forma de agir contra o meio ambiente, ou ela não perderá
apenas este, mas se autodestruirá paralelamente a ele.
A CARTA. Texto disponível em: http://www.culturabrasil.org/seattle1.html
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